terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Reflexão do sabonete.

Ontem quando usei o banheiro, percebi o sabonete abandonado ao canto da pia há algum tempo. Ocorreu-me então um processo epifânico, aquele pequeno sabonete vivenciou o meu cotidiano, nos momentos de reflexão, aqueles que aconteciam no banheiro, ele estava lá só observando.
Eu, não percebia nada e as vezes ficava horas encarando o espelho esperando palavras de incentivo, quem sabe se tivesse um ouvido mais apurado para objetos inanimados conseguisse escuta-las. Toda vez que precisava pensar, ia ao banheiro acho que inconscientemente gostava do lugar, por que sabia que o sabonete estaria lá.
Coitado... está no fim já, não sei porque os sabonetes de pia são os que duram mais e quando estão perto da morte ficam rachados.
Seu tempo de vida se foi, agora terei de substituí-lo, só tenho uma preocupação, não sei se ao comprar um sabonete estarei comprando um produto de higiene ou um observador de reflexão.
Murilo P.

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